Todo dia era dia de Indio
Maria das Dores de Oliveira Pankararu (mdo@fni.al.org.br ) é índia. É mestre em Lingüística pela Universidade Federal de Alagoas e está terminando o Doutorado na mesma Universidade. Será a primeira indígena a ter doutorado no Brasil. Sua tese é a descrição da língua indígena Ofayé nos níveis da Fonologia e Gramática com perspectiva de aplicação dos resultados na educação escolar indígena dessa etnia. Está elaborando uma cartilha nesta língua. É professora da Fundação Nacional do Índio atuando na educação escolar indígena. Trabalha na articulação dos professores e povos indígenas para fortalecimento da identidade, manutenção da cultura e de seus valores étnicos. Ela tem como desafio não deixar esta língua morrer. Apenas 11 pessoas falam Ofayé. Esta foi uma das poucas vezes que vi uma notícia realmente significativa no dia do Índio.
Conheço um cara que também é lingüista, também tem doutorado, fez cartilha de língua indígena, já morou no Acre com os índios e foi eleito por eles , chefe honoris causa. É o grande chefe cara pálida Wapte também chamado de Lincoln. Sinto muito orgulho em ser seu filho mais velho. Ele deve ter achado que um post em sua homenagem estava demorando. Que dia melhor, nas atuais circunstâncias, que 19 de abril para homenageá-lo, exatamente uma semana antes de seu aniversário?
Já esse da foto usa qualquer tipo de cocar desde que o apóiem.
Conheço um cara que também é lingüista, também tem doutorado, fez cartilha de língua indígena, já morou no Acre com os índios e foi eleito por eles , chefe honoris causa. É o grande chefe cara pálida Wapte também chamado de Lincoln. Sinto muito orgulho em ser seu filho mais velho. Ele deve ter achado que um post em sua homenagem estava demorando. Que dia melhor, nas atuais circunstâncias, que 19 de abril para homenageá-lo, exatamente uma semana antes de seu aniversário?
Já esse da foto usa qualquer tipo de cocar desde que o apóiem.
9 Comments:
Gostei de saber que alguém luta para que mais uma língua não morra. Para que não aconteça o mesmo que em tempos li numa revista portuguesa: num país da América do Sul, do qual não guardo o nome - penso que não o Brasil - uma língua indígena dava os últimos estertores: tinha apenas uma falante. O que mais me comoveu foi quando a senhora disse que não podia contar os seus sonhos a ninguém porque sonhava nessa língua e mais ninguém a conhecia.
Um abraço do outro lado do Atlântico.
Carlos Ponte
Agradeço a homenagem e peço que ela se estenda a todos os meus colegas batalhadores pela causa indígena e sobretudo pelos que são homenageados no dia de hoje: os irmãos Indígenas do Brasil. Tive a oportunifdade e a honra de ser colega de Maria Pankararu quando estive na UNICAMP trabalhando com línguas indígenas. Maria Pankararu é uma pessoa muito legal. Assisti por esse dias um seminário que ela deu aqui em Goiânia no Museu Antropológico sobre seu assunto de tese de doutoramente: A língua Ofayé.Foi muito proveitoso. Todos estamos felizes com seu doutoramento, principalente os índios Pankararu que oferecem ao Brasil uma filha tão ilustre. Vamos continuar em nossa luta para evitar que as línguas indígenas em número de cerca de 180 línguas diferentes e não inteligíveis entre si não se extingam. Eu em particular após ter escrito a Cartilha da Língua Shanenawa, já escrevi recentemente um livro texto com pequenas historinhas indígenas escrito na língua Shanenawa. Estamos montando aqui em Goiãnia na Universidade Estadual de Goiás, um Mestrado em Lingüística que tem com uma de suas especialidades as línguas Indígenas. Atualmente lidero na Universidade um grupo de Pesquisas chamado GICLI (Grupo d Investigação Científica de Línguas Indígenas) que é cadastrado como grupo de excelencia no Conselho Nacional de Pesquisas. Para terminar, o nome Wapte, é xavante, Jê do Parque Nacional do Xingu e significa "jovem iniciado pronto para a vida e para o combate". Já meu nome indígenaverdadeiro é da Tribo Shanenawa do Acre, Tekavaini. Volto para lá em Julho, para rever meus irmãos indígenas, se tudo correr bem.
Fiquei emocionada ao ler seu post. Como è bom saber que existem pessoas que se dedicam a causas de outros, nao somente pq lhe oferecem um cocar, como vc mesmo falou!
Parabèns ao seu pai, que pela sua homenagem a ele, parace ser um grande homem.
Gostei muito de seu comentario no meu blog, è bom saber que pessoas com boas intençoes o le! Meu marido tb è professor Federal, no CEFET-RS. Estamos na Italia, por causa do doutorado dele (sanduiche).
Adorei seu blog, jà esta entre os meus favoritos e o lerei sempre.
Um grande abraço,
Lenise.
Caro Marco Aurélio,
Não gosto de ficar devendo a niguém, por isso, retornei ao seu blog.
No que diz respeito ao post, muito interessante, principalmente, pela data de hoje 19/04.
Posso reproduzir seu post em meu blog?
Um abraço
Bruno
Marco, obrigado pela visita e pelo comentário. Volte sempre. Eu li a notícia da mestra Maria da Dores na Folha e também achei muito legal. Dá um certo alento saber que, mesmo que sejamos governados por gente que não dá a mínima para a educação e cultura do povo que o elegeu com esperanças de mudar também esse quadro, a luz do conhecimento é tão poderosa que não se deixa eclipsar com facilidade.
Abração, voltarei mais vezes.
Prezado Marco,
Em primeiro lugar quero lhe agradecer pela visita. Achei perfeita a sua matéria. Espero que possamos manter essa parceria virtual.
Um abraço,
Vinicius Factum
Blog de um Cidadão
Achei muito bacana a doutora Índia querer resgatar a cultura dela. Parabéns ao seu pai.
Grato pela visita que me fez e também pelo seu post sobre a nobre causa dos índios. Uma vénia muito especial para seu pai Lincoln, pois o seu trabalho é realmente notável e merecedor de todo o apreço e consideração.
Olá Marco, sempre aprendendo por aqui. Parabéns pelo pai ilustre que você tem. (será que entendi bem? é seu pai?).
Desculpe pela demora, mas Meditar é um dos caminhos para abaixar o estresse...fiz um post sobre isto.
Um abraço
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