"Novidades" do IBGE
Trabalhei no IBGE de 1997 a 1999. Os dados deste instituto são razoavelmente idôneos. O tratamento estatístico e as amostragens utilizadas são confiáveis, porém o uso político das informações e as coletas de dados, que são deixados a cargo de contratados temporários, atrapalham o bom funcionamento das pesquisas. Atuei em várias pesquisas, inclusive na PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) que, constatou que aproximadamente 14 milhões de pessoas passavam fome no Brasil em 2004. Dos mais de 50 milhões de domicílios estimados pela PNAD naquele ano, em quase 7% deles moravam pessoas com insegurança alimentar severa. Ou seja, que passaram fome com freqüência ou em alguns dias nos três meses que antecederam a data da pesquisa. Além de divulgar essas informações sobre a PNAD de 2004 queria informá-los que quem trabalha neste instituto são os contratados que tem uma carga excessiva de tarefas, tem péssimas condições de trabalho e ainda são vítimas de preconceitos dos funcionários do quadro fixo que em sua maioria, foram efetivados antes da constituição de 1988 sem terem prestado concurso público. O que é interessante é que os processos seletivos exigem apenas o ensino médio, mas quem acaba sendo aprovado, são os candidatos de nível superior. Esse deve ser um dos motivos da revanche dos efetivos que em sua maioria tem apenas o ensino médio. Esses fatos sobre o IBGE não são de domínio público como a miséria no país. Não precisamos da PNAD para sabermos os resultados dessa pesquisa de 2004.
21 Comments:
A situação que se vive por aí parece ser uma situação, não só de pobreza, bem como, uma situação de pobreza escondida (ou que s etenta esconder).
Me diz, Marco Aurélio, que ganham os politicos escondendo a verdadeira situação do seu país, ou da sua região? sei que a pergunta é básica, mas acho que a denuncia deve continuar, não calar as vozes daqueles que sentem que algo tem d emudar. No Brasil e não só, mas no Brasil também.
Por aqui, POrtugal, a pobreza também existe, os desnutridos também. Gostaria de dizer que isso era mentira, mas não é. E o que fazem os governos, de verdadeiramente útil para mudar isso?
O grande problema é que as questões graves de nosso país são lembradas apenas em épocas de eleições!
É lamentável!!
Abraço
Max
www.riograndepod.vocepod.com
O mau uso dessas estatísticas poderão ser melhor observado nesse ano de eleição. O que vai ter de político falando do tanto de crianças que passam fome nesse país, e presidente-candidato falando quantas crianças deixaram de passar fome e blá blá blá... depois da eleição, a amnésia é geral! Lamentável!
Concordo com os comentários anteriores.Que esses dados sirvam para resolver graves questões nacionais,e não como bordões de palanque eleitorais.E salve os blogs,os mais democráticos meios de informação e opinião do País.
Olá! Tudo Bem? Olha, tenho uma proposta lá que pode ser interessante para aqui... Não, não vou contar agora. Dê uma passadinha lá pra ver.
Ah, esse blog já faz parte do "Vale a pena".
Abçs!
Nossa Marco Aurelio fiquei de cara com esse post!!
Aaa eu pesquisei presquisei e achei um negocio na net!
amanha te mostro e voce olha se esta certo!
xD
Bjoss!!
Marco,
Conheci um rapaz que trabalhou no último censo por alguns meses. Uma das decepções que ele teve foi que o serviço de tabulação de dados era
feito de qualquer forma. Isto com certeza alterou os dados finais sobre nossa população.
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Justiça seja feita, a avaliação feita esse mês pela Unesco sobre os esforços do Ministério do Desenvolvimento Social capitaneado pelo mineiro Patrus Ananias é uma luz no fim do túnel.
Abração,
Temos algumas coisas em comum: Matemática, Culinária, Psicologia, Política, Literatura e Grande sertão: Veredas....
Juro que não "des-sepultei" o Esquadrão por achá-lo certo, apenas por que é isso que está rolando nesses 2 ou 3 últimos dias em Sampa.
Não gostaria de perder contato com você, se isso for bom para ambos, porque gosto de gente pensante.
Beijos
O problema da pobreza, da fome e da prostituição infantil têm todos a mesma raíz: a cupidez humana. Queremos sempre mais... e, muitas vezes, mais do que aquilo que podemos ter. Mas eu acredito que é possível mudar o Mundo. Afinal, ainda há 60 anos parecia que tudo isto estava a caminho do esgoto e hoje, ninguém pode negá-lo, estamos incomparavelmente melhor. Em termos de assistência médica, em termos de desenvolvimento humano – mas, sobretudo, em termos de consciência humanitária. Há 60 anos, poucas pessoas se preocupavam com o que acontecia fora do seu quintal. Hoje, temos marchas contra a fome, a nível mundial. As pessoas despertaram, começam a aperceber-se que, tal como diz o “slogan” do Rock in Rio, um mundo melhor é possível. Eu acredito nisso e faço tudo o que está ao meu alcance para a concretização desse sonho colectivo. Afinal, é tão fácil: bastam apenas 16 cêntimos por dia (0,20 reais) para fornecer uma refeição escolar por dia a uma criança com fome!
Juntai-vos a mim no florescimento desta utopia!
Marco, há muito não acredito em números. Acredito na boa vontade dos homens. Aqui na Alemanha eu e meu esposo somos padrinhos do Plan International, uma organização que ajuda as crianças pobres. Escolhemos uma criança do Brasil, que mora no Maranhão e esta semana recebemos um relatório sobre o que está sendo feito lá com o dinheiro que mandamos mensalmente. Nada de números, apenas fatos. É disso que eu gosto e aprecio: mão na massa e menos estatística.
um abraço pra vc
Olá!!!
Colei no meu último post, um pedacinho desse teu, com um link para essa tua janela... Se não gostares, me avise e eu retirarei sem problemas.
Certamente que a fome deve ter melhorado no país, pois tem sobrado MOLUSCOS...
Beijinhos de bom final de semana!!!
Olá querido! Muito obrigada por sua visita.
O seu blog tem um conteúdo bem informativo!
bjão:***
É mto triste :(
Quero pedir desculpa por uma incorrecção no meu comentário. Disse que uma refeição escolar para uma criança com fome custaria 16 cêntimos de Euro (a moeda da União Europeia) por dia. Ora, na verdade, isto equivale, não a 0.20 reais, mas apenas a 0.48 reais.
Eis a prova de que, com tão pouco, tanto se pode fazer!
Um abraço
Jorge
Esse e um problema que na minha opinao so vai acabar no dia que uma mulher entrar para o governo do Brasil.
LOREDANA
Só não vê a estatística da fome quem não quer olhar para o lado. Eu tb não preciso do JN noticiando o resultado do IBGE.
abraço, bom fds.
tenho utilizado o resultado dessa pesquisa em meu trabalho de mestrado..gostei de ler seu depoimento....um abraço
Mundo de aparência e forjação.
É Corélio! Também conheço vários contratados, que prestam seus serviços ao IBGE, e alguns efetivos(que muitas vezes não prestam).
Não tenho como discordar do texto de apresentação dessa matéria. Você está COBERTO DE RAZÃO!!!
Quem escuta os relatos do que ocorre dentro desta entidade do governo, tomando conhecimento da forma, em que o serviço é executado, praticamente apenas pelos contratados temporários(com raríssimas, escassas e imperceptíveis exessões), não é capaz de depositar confiança na seriedade dos resultados apersentados por esses levantamentos estatísticos.
Primeiramente, esses cotratados, só prestam o serviço, tempo suficiente(dois anos) para aprenderem(na raça)a executá-lo de maneira "satisfatória", pois na maioria das vezes nem mesmo treinamentos simples são oferecidos pelos efetivos, que abandonam os agentes na base do "se vira!". Sorte é que, a simplicidade das tarefas, que executa um funcionário do IBGE(tanto efetivos quanto contratados, que parecem terem exatamenta as mesmas funções, apesar de diferentes salários), dispensa uma formação intelectual avançada, e podem ser facilmente aprendidas pelos contratrados temporários, que em sua maioria possuem uma formação muito mais elevada do que o exigido para essas tarefas.
Sendo dessa forma , e por isso mesmo, os contratados ficam encarregados de praticamente todo o serviço, e muitas vezes(quase sempre), de seu próprio treinamento, pois raramente é oferecido algum esclarecimento, para que se comece a fazer algo.
Ora! Um trabalho de levantamento de dados estatísticos, deve levar em consideração primordial, a redução máxima das margens de erro.
Como podem não ocorrerem MUITOS ERROS no trabalho de uma equipe de pesquisa, em que os técnicos não ensinam o serviço aos agentes, alertando-os diciplinarmente dos prováveis erros que podem cometer? Sendo que estes últimos, além do mais, aprendem executando diretamente o serviço, embora este seja extremamente simples, e portanto aprendem errando!!E mais ainda: muitas vezes são eles próprios quem supervisionam os peópeios trabalhos, que nem sabem se fizeram 100% corretamente!
Além disso, a única pesquisa do IBGE que não trabalha com amostra, mas sim com o Conjunto Universo pesquisado, é o censo demográfico. Portanto as demais pesquisas, já aperesentam margem de erro prevista pela representação da amostragem, que se superdimenciona indefinidamente, pela lamentável forma de como o serviço é executado.
Nao vale a pena falr pork isto vai contuniar a acontecer é preciso agir.... eu sei que nao podemos fazer muito, mas o pouco que podemos fazer para eles é uma luz ao fundo tonel, muitas vezes nao fazemos nada pork pensamos " porke fazer nao vai adiantar de nada" e viramos as costas e continuamos a nossa vida normalmente. nos todos os dias vemos casos de pessoas a passar mal mas viramos a cara ao lado e pensamos " vem este mal cheiroso outra vez xatear-m...." mas bastava que um de nos lhe desse ouvidos para vermos como ele sofre mt vezes nao e por nao ter casa ou nao ter comida mas sim por ser margenalizado. VAMOS UNIR-NOs E AJUDAR O OUTRO, para um mundo melhor e igual.
Eu trabalhei no ultimo censo e SEI que os dados apresentados, em sua maioria, não são confiáveis. O censo por exemplo, teve coordenador de área preenchendo questionários sentado na mesa da agencia com moradores fictícios pra satisfazer prefeitos insatisfeitos. O órgão está repleto de funcionários retrógrados, não adaptados aos avanços tecnológicos e que ficam sentados o dia inteiro jogando paciência ou preenchendo cruzadinhas, por não serem aptos a, em alguns casos, sequer utilizar um e-mail. Fora a ociosidade dos funcionários do ibge em períodos adversos ao censo, ainda tem o problema do mau uso do dinheiro publico no período das pesquisas demográficas. Todos os funcionários efetivos tem direito a receber diárias pra se locomover de um município para outro. Nada demais nisso se os municípios, ao menos na maioria das subáreas, não ficassem a menos de 20 minutos da sede do censo. Em 8 meses de trabalho vi inúmeras notas frias serem enviadas para a sede na capital para justificar retiradas com cartões corporativos. Eu adorei esse trabalho por que pude ver de perto como funciona a “malandragem” dos órgãos federais.
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