domingo, março 05, 2006

Chet Baker

A meu ver um dos melhores trompetistas de todos os tempos. Começou a ser conhecido em 1952, aos 20 e poucos anos, ao lado de Charlie Parker. Suas notas longas me arrepiam. Seus improvisos melancólicos são inimitáveis. Quando me arrisquei a tocar jazz foi um dos músicos que mais me influenciou com suas versões dos Standards do bee bop. Era um virtuose mas não daqueles que ficam querendo mostrar técnica com escalas feitas voando ou harpejos cheios de outsides. Sua vida privada foi muito devassada e o seu laço com as drogas em especial com o álcool e a heroína são notórios. Não se sabe se o trompetista caiu, se jogou ou se foi empurrado de uma janela do segundo andar de uma espelunca hotel . Quando acharam seu corpo pensaram se tratar de um mendigo(Lembram de Mozart. Foi enterrado como indigente). Um documentário bem razoável sobre sua vida é o Últimos Dias , que mostra as duas faces do músico, o auge de sua carreira e o seu trágico fim. Lembrei-me de Edgar Alan Poe que também teve um fim parecido. Tema de outro post. Me identifico muito com esses caras.
Ele tem uma versão linda para 'Retrato em Preto e Branco'.Não deixem de conferir suas versões de 'Stella by Starlight’.

Este post é em homenagem ao meu amigo Almir, melhor baixista de jazz que minas já teve.

3 Comments:

Blogger Meu Neguinho said...

Ele alguma vez gravou "take five"? Sou fascinado por esta música.

05 março, 2006  
Blogger Marco Aurélio said...

Não sei se gravou. É claro que tocou mas em especial take five é um dos melhores exemplos de compasso composto( 5 por 4) que o jazz teve. Sua versão original com Dave Brubeck continua para mim a melhor. Money do Pink Floyd é outro bom exemplo de compasso composto(7 por 4)conte para você ver. Se o Manzi ler mai fazer algum comentário.

Falôuuu...

05 março, 2006  
Blogger Alex Manzi said...

A melhor gravação de Take Five, na minha opinião, é com o Brubeck, Marco e Ivan. Tem um disco do Dave Brubeck em que todas as músicas são experimentos com compassos compostos. Chama-se Time Out. Maravilhoso cd!

Oportuno seu post sobre o Chet, Marco. A minha gravação preferida dele é uma versão ao vivo de My Funny Valentine. Dá vontade de chorar com ele e a orquestra...

Chet, mesmo desafinando às vezes e sendo econômico como só ele, é meu trompetista maior no jazz. Pra mim, ele é até melhor que Miles Davis. Muita gente vai me apedrejar por isso, mas eu acho mesmo. Menos é mais.

Ósculos jazzísticos.

05 março, 2006  

Postar um comentário

<< Home