domingo, novembro 26, 2006

Dilema do Prisioneiro

Este problema é conhecido como o Dilema do Prisioneiro e é objeto de estudo da Teoria dos Jogos. E é em homenagem a minha amiga Juraciara.

"Eu e um comparsa roubamos um carro para traficar drogas. Fomos presos, sem possibilidade de comunicação. A versão que apresentamos foi que tínhamos roubado o carro mas que a droga não era nossa. Um agente entra na minha cela. «Olhe, nós sabemos que a droga é de vocês, mas não conseguimos provar. Vou propor um acordo. Você tem duas escolhas: ou denuncia o seu amigo, dizendo que a droga era dele, ou mantém a versão de que não sabiam nada sobre a droga. Este mesmo acordo está sendo proposto neste momento para o seu parceiro. Se denunciar o seu cúmplice e ele mantiver a versão, o senhor fica livre e ele apanha 5 anos de cadeia. Se acontecer o oposto, é o senhor quem apanha 5 anos de cadeia e ele sai livre. Se ambos se denunciarem, cada um apanha 3 anos. Se ambos mantiverem a versão, não temos modo de provar nada sobre a droga; cada um apanha 1 ano de cadeia por roubar o carro.»

Perante esta situação, o que devo fazer?"

7 Comments:

Blogger Gabriela said...

credo, que chute no crânio isso.
eu manteria a versão, ficava 1 ano de boa na cadeia e não perdia o amigo. sei lá!

26 novembro, 2006  
Blogger WAPTE said...

gabriela,
Dei uma olhada no "mastix". Foi gratificante e interessante. Lá havia uma recomendação para assistirmos filmes como "Olga", para nos mostrar o que é revolução. Por coincidência está passando aqui no "Canal Brasil". Estou assistindo pela e-nésima vez. Está em um intervalo. É um belo filme. Um drama terrível, que toda vez me leva às lágrimas. Infelizmente, tentamos, mas não conseguimos. O Brasil é hoje, o país que é. Foi em vão nossa luta. Nesse mesmo blog, dias atrás uma pessoa citou um ex-coronel da SS nazista, que utilizava mão de obra escrava para seu projeto de bombas V-2, que foi capturado pelos norte-americanos e virou referência de alguns cidadãos brasileiros, menos avisados ou então mal-intencionados. Virou "doutor". Fez foguetes, mas como prisioneiro de guerra. Pela sua colaboração, escapou do tribunal de Nüremberg, onde certamente teria sido justiçado, junto com Göring, Hess, Keitel, Himmler, etc. Mandava judeus para os fornos crematórios. O Simon Wisnthal era doido para levá-lo junto com o Eichmann para o cadafalso. Enquanto existir no Brasil, pessoas como você, uma menina com sua idade, mas com sua grandeza de caráter e inteligência estaremos salvos do prigo que vem do norte. Estaremos livres desse nazista travestidos de outras coisas.Quanto ao desafio, é muito importante saber em que país do mundo esse fato está acontecendo. É uma pergunta de Justiça ou Direito?. No Brasil não existe acordo para redução de pena. A Juraciara tem a a palavra. Vou terminar de assistir "Olga".

26 novembro, 2006  
Blogger Brena Braz said...

Só vim dar um oi mesmo, amigo!
Domingo não consigo pensar em nada!
Rsrs

Beijos

26 novembro, 2006  
Blogger Juraciara said...

Marco,

Agradeço a homenagem.

Tendo em vista o "eu" colocado logo no início do dilema, partirei do pressuposto que trata-se do Brasil - região sudeste - Minas Gerais - Belo Horizonte.

A pergunta de Wapte sobre ser o dilema de Direito ou de Justiça é de tudo pertinente, pois, como ele disse, salvo raríssimas exceções não há possibilidade de redução de pena em razão de haver delatado o companheiro. Sendo ela impossível quando a proposta é feita por um carcereiro!

Ultrapassados estes pontos iniciais (apesar do último ser intransponível), penso que tal dilema é o que de mais atual é discutido em filosofia do Direito ultimamente, ou seja, o conflito entre Direito e Moral. Não que este seja um caso específico sobre tal conflito, mas sim sobre o conflito entre Moral coletiva e Moral individual.

A resposta, como em quase tudo envolvendo meu campo de pesquisa, não é unívoca: a) Podem delatar-se mutuamente, traindo o companheiro de delito - moral individual; b) Podem manter silêncio, confiando um no outro - moral coletiva.

A opção entre uma e outra dependerá de fatores múltiplos, que eu nem me atreveria a mencionar, eis que ficaria a tarde toda em tal empreitada sem, contudo, terminar tal intento.

Agora, caso eu estivesse no seu lugar narraria os fatos tal como se deram e tenho algumas razões para tanto:

a) Não podemos dizer que são pessoas dotadas de uma consciÊncia moral acima de qualquer suspeita, pois, caso fosse assim nao teriam furtado um veículo para fazer traficância;

b) Sou cética em relação ao ser humano, ou seja, ao contrário de Tomás de Aquino ou Marx, não vejo o homem como um ser essencialmente bom. Portanto, acho complicado crer na fidelidade alheia e confiar cegamente. Excesso de confiança é, a meu ver, imaturidade (Heman Hesse - acho que é assim o nome dele - estou lendo um livro lindo "O jogo das contas de vidro" de sua autoria, em que ele fala exatamente isto).

c) Por fim, não acredito em Moral Coletiva. Primeiro porque conceitos morais, assim como religiosos ou jurídicos, modificam-se ao longo do tempo; segundo e, principalmente, acho que tudo o que envolve valores é individual. Nao há como estabelecer, racionalmente falando, valores que sejam coletivos (portanto, absolutos e imutáveis). Quem deseja fazer isto, a meu ver, está atuando ideologicamente e, portanto, de modo não científico!

Espero ter sido digna da homenagem e da honrosa menção.

grande bjo!!! E me convide para ir até a biblioteca do seu avô novamente...seu pai já me concedeu "uma ida" até lá! rsrsrs

27 novembro, 2006  
Blogger Marco Aurélio said...

Ju

Vou adiar um pouco a solução do problema,(usarei apenas a lógica que um bandido racional usaria)pois quero que um outro amigo advogado tente solucionar o problema. Ele se chama Luiz Carlos Tavares.

Bjs

27 novembro, 2006  
Anonymous Anônimo said...

Marco Aurélio...
Esse dilema ai é uma cituaçao muito constrangedoraaa!!!rssr
A melhor coisa para falar, seria a VERDADE. Mas o problema e qual que ia ser a verçao do AMIGO! Escapatoria acho que nao teria, por que os dois eram suspeitos!
O certo para aliviar e pegando 1 mesmo!
Melhorrr ainda era nao ter roubado o carro e nem ter traficado DROGAS!
rsrs
flw

28 novembro, 2006  
Blogger Pedro Cruz said...

Discordo em muito do que a homenageada escreveu no comentário supra (chega a confundir Ética com Ideologia chamando a Ciência à discussão), mas concordo parcialmente com ela na solução proposta. No entanto, na prática, a melhor solução/resposta é óbvia e incontornável: «Só falo na presença do meu advogado.»
Na realidade, ante a verdadeira perícia das polícias judiciárias de todo o mundo na prática da teoria dos jogos (será essa uma das compenentes fundamentais na investigação), só a assistência técnica de um «adversário» à altura - o advogado - poderá assegurar o equilíbrio do jogo, defraudando-o.

05 dezembro, 2006  

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