terça-feira, dezembro 30, 2008

Hoje faz um mês!

Chegou pelas mãos da Gláucia, sua última companheira, que lutou com ele até o final, uma carta que o PAPAI guardou e que escrevi pra ele no dia dos pais de 1991. Tinha vinte poucos anos. Estava escrita em um papel já amarelado. Rabiscada por caneta de tinteiro. Quando vi o envelope assustei muito e achei que era dele pra mim e não o contrário! Não me lembrava mais de tê-la escrito! Vamos a ela:
Belo Horizonte 10 de agosto de 1991.

*( )

Já começo com um asterisco. Não sei se te chamo de papai, de Professor, de professor Papai, de papai professor ou de querido Professor Papai , ah,! Este sim , parece-me soar muito bem. Neste tipo de folha em que te escrevo, costumo usar para rascunho no estudo, fruto de uma “captura” na garagem.
Deixando de lado a enrolação introdutória e costumeira no parágrafo anterior, tentarei te contar uma pequena estória de uma forma o mais sucinta possível. ( desculpe-me a omissão de alguns fatos, a introdução de outros e, principalmente, um fraco e talvez opaco prisma perante os mesmos). Vamos lá.
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Já com quatorze anos, aquele jovem já ouvia os ecos do passado na Alemanha na voz do Eterno Marx e sonhava com o grito da multidão em uníssono: “Proletários de todo mundo, uni-vos.”
Também desde cedo, sua visão mediata da Natureza e de como a ciência podia explicá-la, era aguçada. Certa vez em uma festa, como é comum acontecer, alguém em um ímpeto de inveja questionou-o como ele poderia ser tão cientista assim , se não sabia adicionar os números racionais. Magoado, procurou seu avô, também um grande homem, e na Matemática encontrou o rigor e a precisão de que seu espírito científico necessitava.
O leitor acha que este homem a quem me refiro, depois de todo conhecimento adquirido, mudou sua fundação simples e humilde? Uma ocasião em um bar, bebendo com os filhos uma mulher que atendia no balcão,deu-lhe uma aula de Termodinâmica que só vendo e explicou-lhe como deveria proceder ao segurar na garrafa para encher o copo , sem congelar-se o líquido. A néscia professora foi ouvida com a mesma atenção e respeito que deve ter sido dispensado ao orientador de sua tese de Doutorado.
Por falar em bares, há na rua Herval aqui nesta cidade, um bar de nome Cabral, que tornará mais fácil ilustrar a narrativa. Não há frequentador do estabelecimento que não o conheça e que por ele não nutra a mais profunda admiração e amizade. Presenciei várias vezes o que afirmo. Juntos neste local, uma vez fomos abordados por um homem do povo, que queria apresentar a um amigo , o professor, como quem apresenta ao companheiro um chefe de Estado ou algo parecido. Nas conversas no interior deste estabelecimento a sua opinião é lei e nada se passa sem ser ele consultado. Quando passam as crianças de bicicleta, param e estendem os braços para receberem seus apertos carinhosos por parte do professor e ouvirem suas palavras pitorescas.
___ Acho, leitor, não poder continuar a narrativa, pois as palavras são insuficientes para descrever a “peça, ”talvez seja necessário vê-lo de perto. Procure este bar, nesta rua , sente-se espere, quem sabe ele aparece sorrindo grisalho com seu chapéu azul!! (Ah, o número do estabelecimento ,eu não sei mas pergunte por lá, todos sabem quem é o professor).
Por falar nisso, Feliz dia dos Pais

Marco Aurélio, seu filho

terça-feira, dezembro 02, 2008

Lincoln Almir Amarante Ribeiro

A ciência brasileira perdeu anteontem um de seus membros mais ilustres! Se tiver duvida clique aqui!
Para ver a nota de falecimento no jornal da UFMG clique
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Descanse em paz PAPAI!